Dia 10 – Uma visita ao passado…

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Hoje, visto que era o dia que ja estávamos um pouco mais descansados da viagem de comboio e era o único dia inteiro aqui, decidimos aproveitá-lo de uma maneira um pouco diferente… Decidimos fazer uma visita ao passado e conhecer o campo de concentração de Dachau – perto de Munique – um dos mais importantes da Alemanha.

Acordámos relativamente cedo, fizemos as nossas típicas sandes e aventurámo-nos pelas linhas do metro e dos autocarros para lá chegar – até foi fácil, o gps deu-nos uma grande ajuda :p

Quando lá chegámos, pensávamos que numa hora conseguimos ver tudo… Que inocentes… Uma hora?! Qual quê… Tivemos lá quase quatro horas! Mas, valeu MUITO a pena!

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É impressionante e um pouco chocante, conhecer o sítio onde foram mortas tantas pessoas, depois de capturadas e tiradas das famílias… Sempre ouvimos falar das guerras e dos campos de concentração na escola e em filmes, mas, estar no sitio onde tudo se passou é muito diferente. Optámos por pedir um guia audio mal lá chegámos, achámos que seria bom para percebermos melhor tudo o que aconteceu, e ajudou muito, acreditem…

Logo à entrada – antes da porta de entrada para o campo de concentração em si – estão restos de carris dos comboios que transportaram os prisioneiros. Mal entrámos, demos de caras com um recinto enorme, com alguns barracões e uns muros em pedra. Consegui imaginar aquilo cheio de prisioneiros e de soldados, o que me deixou um pouco arrepiada, confesso. Ouvimos algumas explicações até que demos de caras com uma estátua que estava construída em cima de um muro que ia aumentando o tamanho – ficámos sem saber o que pensar… Quando ouvimos a explicação ficámos um pouco sem palavras, na fase da compreensão e aceitação…

Basicamente, a estátua era em homenagem a todos os prisioneiros que morreram naquele campo de concentração… No entanto, dava maior ênfase a todos os que se suicidaram – devido ao pânico – no arrame farpado do campo. Quanto ao muro, fiquei ainda mais chocada! A altura do muro aumenta, consoante o número de pessoas que morriam ao longo dos anos… “Wowwww, não sei como é possível tudo isto, parece que entrei num filme” – infelizmente não, tudo isto é demasiado real.

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Depois fomos visitar um museu que explicava um pouco melhor toda a história. Vimos até, o sitio onde os prisioneiros tomavam banho – no inicio, uma vez por semana… Depois, era cada vez mais raro. No sitio para tomar banho, ouvimos que, muitas vezes para além do banho tinham uma “surpresa” – eram torturados e chicoteados. O que me chamou mais à atenção no museu foi a forma como os prisioneiros eram classificados, eles tinham um triângulo de uma respetiva cor consoante a classificação ou o grupo de prisioneiros a que pertenciam. Por exemplo, com o triângulo verde eram prisioneiros temporários; com o triângulo rosa eram homossexuais; com o triângulo preto eram os associais – pessoas que são um perigo para a sociedade (supostamente) – como por exemplo, os sem abrigo.

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Não sei como é possível, havia alturas em que lhes apetecia matar alguém e deixavam os prisioneiros trabalhar fora do campo de concentração para ter uma desculpa, simplesmente, lhes dar um tiro da torre de vigia… fez-me muita confusão, mas, segundo o que ouvimos, era o que acontecia.

Depois do museu, fomos ao bunker – uma prisão para os prisioneiros que cometiam algumas asneiras mais graves – onde vimos imensas celas. Havia algumas, para os piores castigos, que eram celas em que os prisioneiros eram obrigados a ficar em pé durante dias, por terem feito algo “muito grave”.

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Decidimos depois avançar um pouco mais rápido e passar para a zona onde estavam construídos os barracões onde dormiam os prisioneiros – já só havia dois que tinham sido reconstruídos, todos os outros já tinham sido demolidos e só tinham delineada a área. Inicialmente, em cada barracão havia espaço para, aproximadamente, 120 prisioneiros… Tinham uma cama com um espaço razoável e com sítios para colocar os pertences…

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Com o passar dos anos, o número de pessoas por barracão aumentou exponencialmente, ficaram, então sem espaço para as suas coisas e dormiam todos “ao molho”.

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Fomos, mais tarde, visitar algumas igrejas que foram construídas após a libertação dos prisioneiros. Acabámos a nossa visita a ir ver o crematório e as câmaras de gás. Nas câmaras de gás visitámos, também, a sala de espera onde os prisioneiros eram informados que iriam entrar nos famosos “duches” para que não pudessem ter hipótese de dizer nada… Fez-me muita impressão imaginar tal coisa, como tal, não estivemos lá muito tempo.

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Para mim, todos os prisioneiros que conseguiram sobreviver nas condições proporcionadas nos campos de concentração são uns heróis, sejam eles quem forem! :) Saímos de lá a pensar um bocado em tudo aquilo que vimos e “a pensar na vida” – como se costuma dizer… E realmente, nós não temos nada que nos queixar da nossa vida, comparada com aquelas pessoas, a nossa vida é e sempre foi de lordes!

Depois de sairmos do campo de concentração, fomos até ao centro de Munique. Ontem tínhamos passado por lá no autocarro e ficámos curiosos para ver alguns monumentos mais de perto.

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Depois de algumas voltas pelo centro, decidimos que estava na hora de voltar para casa… O pior foi: o metro! É uma confusão tremenda, não percebiamos nada das direções… De manhã tinha sido fácil, à tarde vimo-nos as aranhas.. Enfim :p

Quando chegámos a casa, nem queríamos acreditar… Isto de conhecer coisas e fazer interrail é muita giro e tal, mas é uma estafa… Jasus!

Decidimos ir jantar ao mesmo sítio de ontem – a senhora deve ter pensado “estes gostaram tanto disto que agora vêm cá todos os dias”… Está enganada, amanhã não vamos :p

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Estou a gostar muito de Munique, é diferente e parecido a Lisboa, para mim… É diferente das cidades onde temos estado e muito bonito tambem! E esta visita de hoje… vai marcar-me para sempre :)

Pois é, agora vamos descansar… Amanhã, por volta das 17h seguimos para o nosso próximo destino, Praga :)

PS. Estou bastante ansiosa para conhecer Praga! :p

 

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